Em terra de sabiá, minhoca dorme de toca.

Orgulho em ser braSileiro

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Pra quem acha que um MC é limitado, passa amanhã, tio", diz Criolo no show de lançamento de "Nó Na Orelha"





Sozinho no palco do Sesc Vila Mariana, em São Paulo, Criolo deu início ao show de lançamento do disco “Nó na Orelha” na noite desta quarta-feira (1) cantando "a capella" a poesia “Lantejoula”, dedicada aos seus pais, Dona Maria Vilani e Seu Cleon. Para um teatro lotado, a banda entoou os primeiros acordes de “Mariô”, na qual o rapper deixa claro que “odeia explicar gíria”.

Logo na segunda canção, o DJ Dan Dan abandona as pick-ups temporariamente para reforçar os vocais de “Sucrilhos”, um dos hinos da Rinha dos MCs. Embalado pela força dos arranjos preparados especialmente para a ocasião, sob os cuidados dos produtores Marcelo Cabral e Daniel Ganjaman, parte do público deixou a etiqueta de lado, levantou de suas cadeiras e acompanhou toda a apresentação nas laterais do palco, onde podiam dançar e cantar mais próximos do astro da noite. "Pensei que vocês iam demorar mais para descer", confessou Ganjaman.

Para “Subirusdoistiozin”, Criolo voltou ao palco vestindo terno e gravata, óculos escuros e um par de sapatos de couro branco e preto, com os quais confortavelmente ensaiou alguns passos de dança. O MC conta que compôs essa música numa tarde, na casa do amigo e DJ William Zulu, da Matilha Cultural, galeria à qual faz questão de agradecer pelo incentivo e apoio para a gravação de seu segundo álbum em estúdio.

Acompanhado pelos músicos , entre eles Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Regis Damasceno e Rodrigo Campos, Criolo canta o reggae “Samba Sambei” e “Para Mulato”, canção composta em parceria com Gui Amabis para o disco recém-lançado “Memórias Luso/Africanas”.

O bolero “Freguês da Meia-noite” foi um dos pontos altos da apresentação, quando Criolo deu voz ao público presente, que cantou com força os versos “meia noite, num frio que é um açoite, a confeiteira e seus doces, sempre vem oferecer, furta-cor de prazer”.

Para “Não Existe Amor Em SP”, canção mais comentada de “Nó Na Orelha”, Criolo voltou ao palco exaltando o seu time de coração, o Corinthians, ao exibir uma camiseta da Gaviões da Fiel. Após o último acorde, esclarece: “Muitas pessoas vêm me perguntar ‘agora que você é cantor’... Não! Não sou cantor, sou um MC."

Em “Lion Man” mais uma vez o amigo e parceiro DJ Dan Dan toma o microfone para fortalecer os vocais na canção em que Criolo questiona “pátria amada, o quê você oferece aos teus filhos sofridos, dignidade ou jazidos?”, enquanto dois homens vestidos de ninja fazem performances no palco. Em “Domingo à Tarde”, o MC homenageia um dos seus artistas favoritos da música popular brasileira fazendo sua versão para a canção da década de 1960 de Nelson Ned.

O rap “Grajauéx”, no qual reverencia o bairro em que cresceu, “Linha de Frente” -- o samba em que faz uma homenagem à turma da Mônica, e “Bogotá” foram as três últimas canções antes do bis. Ao sair do palco, Criolo agradece ao rap nacional e alguns nomes importantes das artes periféricas, como o poeta Sérgio Vaz da Cooperifa e o produtor cultural e cineasta Alessandro Buzo, que o dirigiu no longa-metragem “Profissão: MC”.

Para o encerramento, Criolo volta ao palco acompanhado somente do músico Kiko Dinucci - de quem é parceiro em “Mariô” – para cantar “Olhos de Safira”, canção de sua autoria ainda sem registro em estúdio. Novamente com a banda, o MC canta a última música do set list, o rap “Cerol”, e pede que as luzes da plateia sejam acesas, que os seus pais levantem e termina a apresentação com os seguintes dizeres: “Pai, mãe, essa vitória é nossa!”.

FOI DE ARREPIAR.

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