Em terra de sabiá, minhoca dorme de toca.

Orgulho em ser braSileiro

Orgulho em ser braSileiro

terça-feira, 8 de junho de 2010

E se fosse aqui?

É notório o anúncio de vazamento de óleo que está acontecendo no Golfo Do México, região da Costa Sul dos EUA. A mancha de óleo já atingiu alguns estados americanos, e os danos causados a vida marinha daquela região pode ser irreversível. A empresa britânica BP (British Petroleum) anunciou que tentará conter o vazamento a qualquer custo, fato que pode se estender até o mês de agosto deste ano, o que aniquilaria qualquer chance de reestruturação da vida marinha local. Aves, peixes e corais estão sendo “engolidos” pela mancha de óleo que “teima” em não ser contida. O presidente americano, Barack Obama, disse que irá “caçar” os culpados e que não poupará esforços para levá-los a júri, cabendo ainda uma multa sem precedentes. Pelo menos 75 milhões de litros de óleo já vazaram no Golfo do México, atingindo mais de 110 quilômetros do litoral do estado americano da Louisiana, são mais de 2 milhões de litros de petróleos diários lançados em águas marinhas americanas. Se continuar dessa forma, esse desastre desbancará outro ocorrido em 1989, no Alasca, onde o navio Exxon Valdez, despejou naquela região 42 milhões de litros de petróleo. O atual vazamento está há mais de 1,5 Km de profundidade, dificultando assim a manutenção e o reparo nas tubulações petrolíferas.

Enfim… É muito óleo pra pouca atitude! Agora, por enquanto, não é hora de apontar culpados, e sim de estancar o vazamento de óleo. Seria este o preço que pagamos pelo nosso desenvolvimento? E quem disse que somos nós quem pagamos, não seria a natureza? O homem, em busca do seu enriquecimento (duvide da nossa capacidade de evoluirmos), pega agora um alto preço pelo manuseio de ferramentas que não resistem à ação da mesma mãe natureza. Claro que uma tubulação a mais de 1 km de profundidade sofrerá a ação corrosiva do mar. E para que uma catástrofe como essa não aconteça, é necessária uma manutenção preventiva, itinerante e quase que infindável. Será que a BP faz este tipo de prevenção? Certamente, porém fica claro que a mesma não foi tão eficiente.

E a nossa Petrobras, será que faz a mesma manutenção preventiva em suas bacias de petróleo? Veja o “nosso” pré-sal, fundamentado na salvação da lavoura nacional, orgulho brasileiro que eleva a um patamar mais alto, qualquer político seja este carismático ou não. É inegável que o presidente Lula busca uma auto-afirmação mundial, jamais ele carrega o nome do nosso país à frente de negociações com Irã, Turquia, EUA e etc… O que Lula busca é sua afirmação na ONU como um político humanitário (?), um estadista sem precedentes. É isso que Lula quer, é disso que Lula gosta! E tomara que seja isto que ele receba… Mas em uma coisa todos concordamos, Lula está certo em questionar: “E se fosse aqui no Brasil?” O que será que o mundo acharia do nosso “pobre” país, se tal vazamento petrolífero estivesse acontecendo em uma tubulação qualquer da nossa bacia no Atlântico?

Ah, certamente estaríamos sendo rechaçados pela opinião pública mundial! Sofreríamos todo tipo de retaliação e talvez até mesmo embargos. Onde já se viu um país emergente querer desbancar potências petrolíferas com uma exploração de petróleo pífia, sem segurança alguma? Pois é, seria um desastre político sem igual: “Acho engraçado como a imprensa trata uma coisa dessas. Imagina se fosse a Petrobras. Imagina se fosse aqui na Baía de Guanabara, o escândalo que o mundo desenvolvido teria feito contra nós. Imagina quantas matérias contra o Brasil, que [diriam que] não sabe tomar conta do seu nariz”, disse Lula, na abertura do 10º Michelin Challenge Bibendum, no Riocentro, no Rio de Janeiro, no último dia 31.

A opinião pública americana está desaprovando a forma que Obama vem “atacando” essa situação que já beira o caos ambiental. Será que o mundo não “alivia” o bom moço americano? Pois certamente Lula não seria aliviado. E quem pode ajudá-lo? Ninguém! O orgulho, ou a águia-real (símbolo maior dos americanos), naufraga tendo suas penas embebidas no mais puro petróleo marítimo, impedindo-a assim de voar e atingir grandes alturas. Assim está Obama, recoberto de culpa e perdido no meio do seu petróleo. E é assim também que caminha (ou afunda) o mundo; a passos longos misturando o autoritarismo de algumas nações com o ego de seus mandatários.
Créditos: André Apone.